Célio foi amplamente reconhecido pela sua determinação e interesse em trazer intelectuais a Belo Horizonte, em especial, personalidades do universo acadêmico francês.
Um deles foi o filósofo Georges Lapassade, professor e pesquisador emérito de Etnografia e Ciências da Educação na Universidade de Paris VIII, falecido em 2008.
Em 1972, ele veio ao Brasil a convite da UFMG para falar especialmente sobre Análise Institucional. E ministrou, no Departamento de Psicologia, no período de julho a agosto, o curso “Psicologia Social das Instituições”, coordenado por Célio.
Alguns meses depois, em janeiro de 1973, Célio escreveu um texto, intitulado “Sobre a estada do professor Georges Lapassade entre nós”, cujo original faz parte do seu acervo de documentos. Nele, registra as contribuições que o convidado trouxe ao país:
Sua permanência no Brasil levou a mim e meus colegas a uma intensa e sofrida reflexão sobre nossa prática profissional, sobre os inconvenientes que se escondem nas boas relações de um programa de cooperação cultural… sobre o precário estado em que se encontra a Psicologia, sobre os fenômenos religiosos no Brasil, sobre a pobreza de nossa reflexão enquanto não está voltada para os problemas nacionais.
Mas o professor francês também gerou muitas polêmicas em sua estada. E Célio ponderou também em seu texto:
A sua ‘imprudência‘, como dizia há pouco, é o cacoete do militante. Nesse sentido, considero-o tradicional, ‘quadrado‘, e um chato. Quero dizer, apesar de todas as inovações, criações, invenções, conserva-se um militante. Quer convencer, não tem alegria (meu filho definiu bem o problema, um dia comentou: Lapassade nunca ri!)”
A professora da UFMG Marília da Mata Machado também publicou, em coautoria com Sonia Roedel e Heliana de Barros Conde Rodrigues, o relevante artigo “Missão Lapassade-1972: coincidências analisadoras”.
Leia a íntegra dos artigos:
Sobre-a-estada