“Estamos lutando para que não haja mais manicômios em nosso país. Queremos que a liberdade seja um valor inegociável para todos e sabemos que essa luta é fruto do esforço de várias frentes, assim como de entidades e profissionais da área. Dentre eles, eu destaco uma pessoa que foi fundamental no conjunto da minha formação e também uma referência da psicanálise. Assim como Lacan, ele nos trouxe essa perspectiva de que a loucura não é um déficit, e sim um modo de vida. Esse profissional foi Célio Garcia, que também dizia: ‘O jovem infrator pensa; Estamira cria; há de haver lugar nesse mundo para os irregulares; e nós participamos dessa construção.”
Com essas palavras, a psicóloga e psicanalista Fernanda Otoni de Barros-Brisset abriu sua exposição como uma das homenageadas na 30ª Reunião da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada em 23 de agosto de 2022, em tributo ao Dia do Psicólogo, tradicionalmente comemorado em 27 de agosto. Ela é professora universitária e membro da Associação Mundial de Psicanálise e da Escola Brasileira de Psicanálise (AMP-EBP).
O encontro foi conduzido pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT/MG), presidente da Comissão, e contou também com a presença da reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida.
Também homenageada no evento, a psicóloga Regina Helena de Freitas Campos destacou, em sua explanação, que o país conta atualmente com a maior comunidade de psicólogos do mundo relativamente à população, com 420 mil profissionais formados. Ela é PhD em Educação (Universidade Stanford, EUA) e professora de Psicologia e Educação na UFMG.
Regina completou: “Entre esses tantos colegas, nós, do Setor de Psicologia Social, precisamos também tecer, nesse momento, uma homenagem ao Célio Garcia, uma grande referência para todos nós. Com ele, aprendemos a escutar a diversidade, a tratar cada pessoa como um ser humano universal e com todas as suas características universais, como pensamento, palavras, sentimentos e ações. Mas nós precisamos ficar atentos também ao singular, ao particular. E essa leitura nós aprendemos com o Célio”.
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