As definições acima são da psicanalista Cristiane Barreto, que trabalhou e
conviveu com Célio Garcia por muitos anos. Em entrevista ao Portal, ela
relata histórias muito interessantes da época em que atuavam juntos em
diversos projetos de políticas públicas com adolescentes em Belo
Horizonte.
Inicialmente, ela participava dos encontros de supervisões semanais na
casa-consultório do Célio e mesmo depois manteve contato com ele. Em
um texto, ao citar algumas de suas idas na casa do bairro Sion, ela diz:
“Cerca de três anos depois, lá estava eu na casa da rua Santa Maria do
Itabira, subindo aquelas escadas com cheiro de livros, olhando encantada
para as estantes, degrau por degrau”.
Cristiane é também psicóloga, membro da Escola Brasileira de Psicanálise
e da Associação Mundial de Psicanálise, especialista em Saúde Mental pela
Escola de Saúde de Minas Gerais e mestre em Psicanálise pela UFMG.
Na entrevista, ela comenta também alguns termos cunhados por ele, como
Rede das Redes e o conceito de Pró-jeto. Ao final da conversa, foi
indagada:
Se você pudesse se encontrar com o Célio por alguns minutos hoje, o que
acha que conversariam… sobre, por exemplo, os governos de Bolsonaro e de
Lula?
E respondeu:
Eu diria que ele faz muita falta! Ah, eu costumo pensar no seguinte, diante de
várias questões: o que o Célio diria sobre isso? Ele sempre inventava algo –
uma palavra que fosse –, para definir situações ou momentos aparentemente
impossíveis, como esses que estamos enfrentando, como o das guerras e do
fascismo que invadiu o Brasil…